quarta-feira, 16 de maio de 2007

MANEJOS RELACIONADOS AS PREVISÕES CLIMÁTICAS E SAZONALIDADE DE FLORAÇÃO

Pelos mapas de previsão climática de curto período, não aparecem para os próximos dias nos municípios abrangidos pelos programas de apicultura, temperaturas excessivamente baixas, exceto Anitápolis, que em algum momento baixa dos dez graus Celsius.
De qualquer forma, os manejos em campo devem permanecer de natureza específica para o período de entre safra, sem qualquer modificação do quadro de trabalho durante esse período específico.
Esses manejos estão relacionados prioritariamente a manutenção de temperatura estável e satisfatória nas câmaras de cria, e economia do consumo das reservas energéticas dos enxames. Esse foco especificamente é de extrema importância, pois o mel armazenado garante a sobrevivência dos enxames pela geração de calor, após ingestão em períodos de frio, assim como, o impulso energético necessário ao arranque das colmeias com o início do aparecimento dos estímulos ambientais e alimentícios.
Para isso, são necessários cuidados para garantir iníco de boa temporada na primavera.

1. Analisar reservas enegéticas. Para enxames normais com ocupação integral da câmara de cria, são necessários quatro favos operculados com mel. Se as reservas forem insuficientes, é necessário suprir artificialmente esse déficit. Devem ser usados substitutos energéticos que em hipótese alguma possam produzir estímulo em alteração positiva na postura das rainhas, como tambem serem de difícil conversão energética. É vetado o uso de xaropes com concentrações inferiores a 60% em sacarose e pastas de mel e açúcar. Ambos substitutos produzem reação de aumento de postura nas rainhas, desde que ocorram condições ambientais favoráveis, e que simultâneamente ocorra entrada de pólen natural.
Substitutos satisfatórios para essa finalidade são: açúcar refinado em pó (diretamente nos ninhos), xaropes com concentração em sacarose superiores a 60%, e pasta de açúcar e xarope concentrado. Evita-se o uso de mel, por potencializar propagação de doenças e propiciar pilhagem.

2. Redução de espaços desnecessários nas colmeias.
O uso de entre tampas verticais e horizontais, se faz necessária, garantindo a aproximação das abelhas somente nas câmaras de cria, ocorrendo economia de calor e mel, necessários para a ultrapassagem do período crítico.
Nas regiões mais altas com temperaturas mais baixas, nos pequenos enxames que não ocupam a totalidade da câmara de cria, os pequenos enxames devem ser trazidos para o centro dos ninhos e o "poncho" deverá ser instalado.

3. Roçagens, abertura de clareiras maiores para entrada de maior quantidade de calor proveniente do sol, deverão ser realizados nessa época.

PREVISÃO DE CLIMA PARA MUNICÍPIOS DA GRANDE FLORIANÓPOLIS - CURTO PRAZO






PREVISÃO DE CLIMA PARA SANTA CATARINA - TRIMESTRAL

MAIO, junho E JULHO/ 2007
TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE DO MAR (TSM) Condições de resfriamento do Pacífico Equatorial
Em abril, grande parte do Pacífico Equatorial registrou anomalias negativas de TSM, indicando o início da La Niña, e a previsão para os próximos meses é de persistência do fenômeno. Climaticamente, estas condições de resfriamento do Pacífico resultam em diminuição no volume de chuvas em Santa Catarina.
A TSM na região próxima ao Sul do Brasil tem apresentado anomalias positivas desde fevereiro de 2006.
PRECIPITAÇÃOPara o trimestre maio-junho-julho, a previsão é de chuva entre a média e abaixo da média climatológica no Estado.
Em maio, o volume de chuva estará abaixo da média no Oeste, Meio Oeste e Planalto Norte de Santa Catarina, ficando na média no restante do Estado. Já em junho e julho, a previsão é de chuva entre a média e um pouco abaixo da média em todas as regiões catarinenses. Neste trimestre, a distribuição da precipitação estará irregular no tempo e no espaço e a ocorrência de chuvas intensas ficará restrita a situações de passagem de frentes frias. As massas de ar seco atuarão em períodos prolongados, em associação aos bloqueios atmosféricos.
TEMPERATURA
O trimestre será caracterizado por períodos de frio intercalados com ondas de calor (veranicos). No mês de maio, devido à maior persistência de massas de ar frio, estão previstas temperaturas mais baixas que a média climática, quando ocorrerão os primeiros registros de geadas amplas no Estado. Em junho e julho, as temperaturas estarão dentro da normal climatológica, quando episódios de frio intenso estarão intercalados com períodos de temperaturas mais elevadas.
RESENHA AGROCLIMÁTICA
A primeira quinzena de maio marcará o término da bem sucedida safra da soja e do milho safra em todo o Estado, bem como o início da semeadura do trigo. A previsão de chuva irregular e abaixo da média será favorável para tais atividades. Em contrapartida, a segunda safra do feijão e do milho pode ser prejudicada devido ao déficit hídrico, principalmente no Oeste do Estado, enquanto nas outras áreas de cultivo (Alto Vale do Itajaí e Litoral Sul) os cenários são mais otimistas. No Planalto Norte, o risco climático para o feijão safrinha é maior, por ser uma região inapta para este cultivo, de acordo com o Zoneamento Agroclimático.
A deficiência hídrica durante o desenvolvimento de vagens do feijoeiro, prevista para o mês de maio, acarreta a perda das folhas inferiores, redução da área foliar, menor desenvolvimento das vagens e produção de sementes de menor peso. A mesma condição de tempo para o milho, durante o período de formação de colheita, reduz o tamanho dos grãos, porém, durante a maturação, tem pouco efeito sobre o rendimento da cultura.
Rosandro Minuzzi, Maurici Monteiro e Laura Rodrigues - MeteorologistasSetor de Previsão de Tempo e Clima - Epagri/Ciram(48) 3239-8064 / 8066 / 8067Rod. Admar Gonzaga, 1347 - Itacorubi - Florianópolis-SChttp://ciram.epagri.rct-sc.br