sábado, 31 de março de 2007

PLANO DE AÇÃO PARA CONSULTORIA TECNOLÓGICA NA GRANDE FLORIANÓPOLIS.

O estabelecimento dos focos das consultorias tecnológicas, é resultado de debate entre produtores de cada um dos quatro grupos participantes do programa e o consultor. Cada grupo (Angelina, Anitápolis, São Bonifácio, Águas Mornas) definiu suas necessidades técnicas e consequentemente seus objetivos de trabalho.

ÁGUAS MORNAS
- Estabelecimento de condomínio para criação de abelhas rainhas para processo seqüencial de seleção e melhoramento.
- Busca de certificação orgânica para apiários localizados em regiões propicias para produção certificada.
-. Caracterização do mel produzido
- Manejos diversos em campo, principalmente aqueles concernentes ao gerenciamento das colméias durante a safra.

ANITÁPOLIS
- Reforço em conteúdo de manejos gerais
- Estabelecimento de calendário operacional técnico para o campo, no município de Anitápolis.
- Estabelecimento de condomínio para criação de abelhas rainhas para processo seqüencial de seleção e melhoramento.
- Busca de certificação orgânica para apiários localizados em regiões propicias para produção certificada.
- Caracterização do mel produzido.
- Certificação do material vivo a ser produzido.

ANGELINA
- Reforço em conteúdo de manejos gerais.
- Estabelecimento de condomínio para criação de abelhas rainhas para processo seqüencial de seleção e melhoramento.
- Caracterização do mel produzido.
- Estabelecimento de calendário operacional técnico para o campo, no município de Angelina.
- Nutrição apícola, bases práticas.
- Busca de certificação orgânica para apiários localizados em regiões propicias para produção certificada.


SÃO BONIFÁCIO
- Estabelecimento de condomínio para criação de abelhas rainhas para processo seqüencial de seleção e melhoramento.
- Busca de certificação orgânica para apiários localizados em regiões propicias para produção certificada.
- Reforço em conteúdo de manejos gerais.
- Estabelecimento de calendário operacional técnico para o campo, no município de Anitápolis.

CURSOS NO RIO GRANDE DO SUL

CURSO:
SANIDADE APICOLA

20 HORAS EM 3 DIAS

14, 15, 16 DE MAIO
(manhã e tarde)

LOCAL: C.D.L. PELOTAS
(câmara de lojistas)
Rua Felix da Cunha 765

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:

Fone: (53) 32285477
(53) 99111651
e-mail: senaque2005@yahoo.com
CURSO:
PRODUTOS DA COLMÉIA

8 HORAS EM 2 DIAS

17,18 DE MAIO (16:30-22:30)

LOCAL: C.D.L. PELOTAS
(câmara de lojistas)
Rua Felix da Cunha 765


INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:

Fone: (53) 32285477
(53) 99111651
e-mail: senaque2005@yahoo.com
PALESTRA:
ALIMENTAÇÃO NO OUTONO
12 DE MAIO 15 horas

LOCAL:
“CENTRO DE INTEGRAÇÃO
DO MERCOSUL”
Rua Andrade Neves 1529
Pelotas

*ENTRADA LIVRE PARA PARTICIPANTES DOS CURSOS

*ENTRADA R$ 5 PARA NÃO PARTICIPANTES DOS CURSOS
INFORMAÇÕES FONE (53) 32285477
senaque2005@yahoo.com
MANEJOS PRODUTIVOS

CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL

ASSESSORIA TECNICA

SEGUIMENTO PRODUTIVO

GESTÃO: “EMPRESA APICOLA”

FONE DE CONTATO:

53 32285477
53 99111651

E-MAIL DE CONTATO:

senaque2005@yahoo.com

CONGRESSO ARGENTINO NO MES DE ABRIL

E X P O M A C I A 2 0 0 7
1 2º F I E S T A P R O V I N C I A L D E L A M I E L
13, 14, 15 de A b r i l de 2 0 0 7

Ciclo de Conferencias, Dinámicas y Clínicas

Viernes 30 de Marzo

15:00 Hs. Clínica
Control de varroa de fin de temporada
Ing. Gustavo Zapata- ECAT-Mercedes-ROU
(Cupo limitado con inscripción previa, TRAER INDUMENTARIA)
Costo: $ 20,00

Sábado 31 de Marzo


09:30 Hs. Conferencia
“Nosemosis. Situación mundial, agentes causales, diagnóstico y tratamiento”.
Lic. Gabriel Sarlo . Universidad Nac. de Mar del Plata

10:00 Hs. Dinámica
Multiplicación de fin de temporada
Ing. Agrónomo – Daniel Poffer -PROAPI – Argentina y Tec. Univ. En producción
apícola Javier Crettaz (Asesor Cambio Rural – INTA)
(Cupo limitado con inscripción previa, TRAER INDUMENTARIA)
Costo: $20,00

14:00 Hs.
“Avances en el uso de propóleos destinado al control de Varroa destructor. Aspectos biológicos del ácaro”.
Lic. Natalia Damiani . Universidad Nac. de Mar del Plata Conferencia

15:30 Hs. Dinámica
Reciclado de colmenas con Loque Americana
Tec. Univ. En producción apícola Sebastián Ghirotti y Tec. Univ. En producción
apícola Marcelo Walter (Asesor grupo GISER)
(Cupo limitado con inscripción previa, TRAER INDUMENTARIA)
Costo: $ 20,00

16:00 Hs. “Manejo integrado de Varroa destructor”
Lic. Matías Maggi – Universidad Nac. de Mar del Plata


18:45 Hs. 2º Encuentro de Mujeres Apícolas del MERCOSUR




E X P O M A C I A 2 0 0 7
1 2º F I E S T A P R O V I N C I A L D E L A M I E L
13, 14, 15 de A b r i l de 2 0 0 7

Ciclo de Conferencias, Dinámicas y Clínicas


Domingo 1º de Abril



09:00 Hs. Dinámica
Aplicación de la Resolución 870/06 para Salas de Extracción
Ing. Milton Sabio- SAGPYA- Ing. Gabriel Caraballo - Sec. Prod. de Entre Ríos
Cupo Limitado- inscripción previa

09:30 Hs. Síndrome de desaparición de colmenas, discusión de causas o supervivencia de las colmenas en condiciones límites II
Lic. Antonio Gómez Pajuelo- Castellón- España


10:30 Hs. Dinámica
Ganancias en la productividad con la introducción directa de núcleos
en colmenas en producción”
Lic. James Arruda Salomé – Florianópolis (S.C.)-Brasil



14:30 Hs. “Efecto de una premezcla de vitaminas y aminoácidos (PROMOTOR L)
Administrada con el alimento sobre los parámetros productivos de las
Colmenas”.
Lic. Antonio Gómez Pajuelo- Castellón- España


16:30 Hs. Panel de Exportadores
Comisión de Miel Fraccionada – Ing. Silvia Angel
Como Iniciarse en la Exportación de miel – BERSA




Informes:
Secretaría de Producción de la Municipalidad de Maciá
e-mail: sproduccion@virtual-net.com.ar - Telefax:0054-3445-461397/363/240
Parque del Centenario - 3177-Maciá-Entre Ríos-Argentina

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA - James A. Salomé

O processo de extração de mel atualmente realizado no Brasil, dentro da cadeia produtiva da apicultura, define-se como sendo de eficiência parcial. A partir da colheita do mel nos favos e de sua respectiva extração para obtenção do produto final, existem perdas consideráveis em toda a seqüência dentro deste processo, desde a desoperculação, aproveitamento dos opérculos, recuperação da cera, centrifugação dos favos e sua relação com a eficiência final. Esta perda atualmente, através de acompanhamento técnico, dentro dos programas de A.P.L.s e dentro de Programas Setoriais de Apicultura no Estado de Santa Catarina, tem mostrado índices que tem chegado até a 35% de perda de mel, a partir da colheita dos favos, até o resultado final do mel processado. Somente no Estado de Santa Catarina são produzidas 6.000 toneladas de mel anualmente, e com as melhorias nos processos tecnológicos em máquinas e equipamentos para extração e beneficiamento que atinjam eficiência satisfatória, é possível chegar a cifra de produção anual 35% superior, o que corresponde a 2.100 toneladas a mais de mel, somente em Santa Catarina. No Brasil, a eficiência do processo, acrescentará 14.000 toneladas de mel alem das 40.000 toneladas produzidas anualmente no Território Nacional. A deficiência destes equipamentos fez com que fossem tomadas decisões chaves em que focos da extração de mel se faziam mais deficientes, e consequentemente a decisão em construir os equipamentos necessários para o objetivo de aumento de eficiência. Os materiais e equipamentos a serem construídos serão:
Recuperadora de opérculos.
Máquina automática para limpeza de pólen Apícola
Centrífuga de alta rotação para recuperação de opérculos
Centrifuga radial paralela
Centrifuga para recuperação de favos velhos
Faca desoperculadora a quente
Pasteurizador para mel
Alimentador em plástico injetado tipo Dolittle
Escape abelha tipo Porter.
Ocorreu este ano de 2006, em chamada pública realizada pelo FINEP e SEBRAE Nacional, processo de seleção para inovação tecnológica a nível nacional. O SEBRAE-SC participou através de seu setor de agro negócio, com projeto para desenvolvimento de máquinas e materiais. Estão integrados ao projeto, a Escola Técnica Metal Mecânica de Panambi – RS, seis empresas do setor metal mecânico do A.P.L. de Chapecó, e a Cooperativa Apícola de Santa Catarina (parceira do SEBRAE-SC no A.P.L. de Videira). As máquinas a serem desenvolvidas no projeto são inéditas em nível de extração de mel no Brasil, e os protótipos serão desenvolvidos pela escola e SEBRAE-SC, testadas pela cooperativa e produzidas pelas empresas envolvidas no projeto. Após o desenvolvimento dos protótipos e depois que servirem de modelos para as empresas produtoras das máquinas, estas ficarão na sede da cooperativa, podendo ser utilizadas pelos associados de toda a região.
Dentro deste pacote tecnológico, ocorrerão impactos de diferentes naturezas que enumeramos a seguir.

IMPACTO CIENTÍFICO:

O pacote tecnológico apresentado, com sua diversidade de materiais, máquinas e equipamentos, servirá de base para estudos tecnológicos dentro de níveis diferenciados no meio acadêmico, desde graduação, especialização, mestrado e doutorado. Alem das máquinas em si, há possibilidade de trabalhos referentes a eficiência das mesmas nos processos da cadeia produtiva, e sua melhoria nos rendimentos e processos empregados de extração e beneficiamento de mel.
A partir do momento em que houver concretização do projeto, há possibilidade de divulgação do pacote tecnológico na revista de periodicidade bimestral Informativo Apícola Zum Zum, e na revista Mensagem Doce, também de circulação bimestral, e ambas de circulação nacional.
Alem dessas duas revistas que não são indexadas, ocorrerá publicação dos resultados na Revista Agro Pecuária Catarinense, esta é uma revista indexada de publicação da Empresa de Pesquisa e Extensão Rural do Estado de Santa Catarina.
Em encontros regionais de apicultura, congressos estaduais de apicultura, e congresso brasileiro de apicultura serão apresentados o resultado do trabalho, assim como, as máquinas pertencentes ao projeto.


IMPACTO TECNOLÓGICO:

Os equipamentos e materiais que surgirão a partir dos esforços conjuntos entre os executores, especialistas e empresas serão classificados de alta eficiência em rendimento.
Os processos que acompanharão as máquinas e equipamentos serão inovadores para a cadeia produtiva na apicultura brasileira.
Utilização de tecnologia de ponta a nível mundial.
Será possível a obtenção de patentes em pelo menos algumas das máquinas e equipamentos a serem desenvolvidos.

IMPACTO ECONÔMICO
Diversificação da produção de máquinas nas empresas envolvidas no projeto.
Captação de mais mão de obra para a produção dessas máquinas, significando aumento do índice de empregos.
Geração de impostos com a comercialização destas máquinas dentro do Brasil e para exportação.
Redução de gastos nos processos de extração de mel.
Eficiência no processo de extração de mel, denotando maiores índices de rendimento em produto final.
Aumento de rentabilidade em até 35% em produtividade de mel extraído, aumentando significativamente a renda do produtor.
Alem do mel, há maior rentabilidade nos processos de recuperação de cera de abelhas, produto ainda escasso, por falta de adequação de manipulação, que apresenta alto valor comercial.

IMPACTO SOCIAL

Melhoria do processo produtivo, que trará a organização do produtor para trabalhar em associação, núcleo, grupo e cooperativa.
Um processo tecnológico, como o proposto, pode incrementar os índices de adesão à atividade de pequenos produtores rurais.
Com maior rendimento pós colheita, a renda do produtor melhorará significativamente.
O aumento de renda gerado pela eficiência do processo, naturalmente será traduzido em melhoria do nível de vida daqueles produtores já enquadrados na atividade.

IMPACTO AMBIENTAL

A atividade apicultura se caracteriza pela sustentabilidade, pois não há derrubada de formações vegetais nativas para sua implantação. Pelo contrário, é desejável a permanência dessas formações para a produção de matéria prima para a produção de néctar, que se transformará em mel nas colméias.
A abelha auxilia na polinização das flores da mata nativa, e consequentemente no aumento de diversidade biológica, em se tratando de fluxo gênico.
Auxilio, através de fluxo gênico em manter a biodiversidade local e regional, através do aparecimento de indivíduos com resistência a vários critérios de adversidade ambiental.
Para a atividade ser lucrativa é necessário o pasto com flores, que pode ser im plementado e formado com espécies ricas em néctar da mata nativa. Essa formação de pasto para as abelhas, faz aumentar produtividade e recuperar áreas degradadas.
A formação de pasto específico, nativo, rico em néctar, pode ser implantado no caso de matas ciliares, áreas que sofreram forte erosão de solo, e que certamente atrairá não só abelhas, mas a fauna regional.

Já há estudos científicos sobre quais espécies nativas devem ser incluídas nesse item, respeitando características de clima e solos regionais.
As melhores formações vegetais para a produção de néctar, são aquelas consideradas até o estágio de Capoeirão e de Floresta Secundária. É nesse estágio de desenvolvimento da Floresta em direção a mata primária, que acontece a derrubada para implantação de campos de pecuária e agricultura, pois essa madeira é considerada de baixo valor comercial. A apicultura se enquadra de modo perfeito nesse processo, por ser uma atividade com rentabilidade econômica e de manutenção dos recursos ambientais locais.

Previsão climática para municípios da grande Florianópolis no período de 01/04 a 05/04





POLINIZAÇÃO DE MACIEIRAS EM SANTA CATARINA

A POLINIZAÇÃO DE MACIEIRAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA
James Arruda Salomé. Biólogo. MSc em Recursos Genéticos Vegetais

A macieira foi introduzida no Estado de Santa Catarina – Brasil, no ano de 1940, sendo os primeiros pomares implantados com a cultivar Reinette, originária do Canadá. O cultivo se restringiu às pequenas e médias propriedades até o inicio da década de 70, quando a pomicultura catarinense teve grande impulso, consolidando este Estado como maior produtor brasileiro de maçãs (Santos, 1994). Na safra 2001/2002, a área plantada no Estado de Santa Catarina foi de 16.779 hectares, com volume de produção de 474.516 toneladas de frutos, com produtividade de 28, 28 toneladas de frutos por hectar. O custo médio por hectar de macieira está em torno de US $ 2.253,00, que perfaz um lucro total de US $ 93.995.58,00 (ABPM, 2002).
Atualmente os pomares catarinenses estão passando por um processo de renovação, sendo que as principais cultivares plantadas são Gala, Fuji e Golden, com respectivamente 46%, 45% e 6% do total da área plantada.
As flores de macieira possuem estames e estigmas em posição e amadurecimento, que favorecem a simples queda do pólen por gravidade para ocorrer à fecundação dos óvulos; porem; isto não acontece, pois a proximidade de material genético entre as flores de uma mesma planta, e mesmo entre as flores de diferentes plantas da mesma cultivar, faz com que ocorra um aborto do tubo polínico, não havendo, portanto, a migração do núcleo germinativo do grão de pólen do estigma, passando pelo estilete e chegando ao ovário, onde ocorreria a fecundação dos óvulos e, conseqüentemente, a formação de sementes e frutos.
Na maioria das constatações, a macieira é auto-estéril, não sendo capaz de produzir sementes se receber pólen de flores de plantas da mesma cultivar (Salomé, 1999).
Ushirosawa (1978) menciona que mesmo as cultivares diplóides (a maioria delas) do grupo Delicious, como a Starkrimson, apresentam baixíssima taxa de auto fecundação. Em experimentos realizados em diversas cultivares, foram obtidas taxas de auto fecundação que variavam de 0% a 10%; todas apresentaram oito décimos a três sementes por fruto, contra cinco a oito sementes quando em polinização livre.
A semente estimula o desenvolvimento do tecido da maçã na sua vizinhança; um fruto com três sementes de um lado e nenhuma noutro será assimétrico (Childers, 1976). Para ocorrer boa frutificação efetiva da macieira são necessárias, no mínimo, quatro a seis sementes por fruto.
Para a produção comercial desta cultura, então, há necessidade de polinização cruzada, que é a transferência de grãos de pólen das anteras da flor de uma planta de determinada cultivar ao estigma da flor de uma planta de outro cultivar (exemplo: cultivar Gala e cultivar Fuji) (Salomé op. cit.).
Segundo Orth et al. (2000) a polinização da macieira é uma fase critica da exploração desta cultura. Falhas na frutificação efetiva das macieiras podem ter repercussão negativa no retorno financeiro do investimento. Além da quantidade de frutos produzidos, o tamanho destes e sua simetria dependem diretamente do número de sementes que são formadas no ovário, frutos de uma fertilização subseqüente a uma polinização, geralmente cruzada, ocorrida nas flores de macieira. Devido à importância na classificação final do fruto para o mercado consumidor, é natural que os frutos maiores e bem formados (simétricos) atinjam melhores preços, maximizando os lucros da comercialização.
Neste contexto, a polinização cruzada é de fundamental importância dentro do processo produtivo, devendo ser conduzida de maneira racional e eficaz, a fim de se alcançar altos índices de fertilização de flores e conseqüentemente, formação de sementes.
Uma boa polinização e fertilização de flores dependem de vários fatores. Em primeiro lugar devemos assegurar uma boa e uniforme floração dos pomares. O suprimento de pólen para que seja viabilizada a polinização cruzada também é importante. Neste sentido a cultivar polinizadora também deve apresentar floração abundante e estar presente em número suficiente no pomar. Além disto, deve ocorrer coincidência entre o período de floração das cultivares principais e polinizadoras. Devemos sempre lembrar que uma distribuição eqüitativa entre duas ou mais cultivares sempre é o melhor esquema de plantio para assegurar uma boa polinização, embora os produtores sempre procurem implantar pomares com maior densidade de uma determinada cultivar em relação às demais para facilitar as demais operações de manejo do pomar, bem como para plantar preferencialmente a cultivar que permita uma maior renda ao produtor.
As cultivares polinizadoras, além de apresentar floração abundante, também devem apresentar boa compatibilidade com as cultivares principais, bem como apresentar pólen com alto poder germinativo. A viabilidade do pólen pode ser testada “in vitro” através de metodologias relativamente padronizadas.
As condições climáticas podem afetar adversamente a polinização. Períodos chuvosos, frios e de muito vento podem diminuir a frutificação efetiva afetar adversamente a fisiologia reprodutiva da planta (Dennis, 1981) como também influir na atividade dos agentes polinizadores. Os tratamentos fitossanitários que são efetuados durante o período de floração também podem se constituir em entraves. Tanto os inseticidas como os herbicidas são letais aos polinizadores e por isto devem ser utilizados com o máximo de critério neste período. Já os fungicidas podem, possivelmente, afetar a germinação dos grãos de pólen na superfície estigmática da flor.
As flores de macieira apresentam características como a morfologia, coloração, fenologia e recursos florais típicos de flores polinizadas por abelhas e outros insetos. De um modo geral a flor da macieira apresenta características de flor de fácil visitação por inúmeros polinizadores. Em relação aos recursos florais, a flor não apresenta quantidade e/ou qualidade de néctar suficiente para viabilizar uma colheita de mel em colméias que forrageiam em nossos pomares, embora em outros países a flor de macieira tem sido considerada uma boa fonte de néctar para as abelhas (Free, 1993).
Inúmeros experimentos tem evidenciado que o comportamento da abelha por ocasião da visita à flor é importante para assegurar uma boa polinização cruzada. Primeiramente, é desejável que as abelhas se desloquem continuamente entre diferentes árvores para oportunizar melhor a deposição do grão de pólen certo sobre o estigma das flores. Uma diminuição dos recursos florais, obtido por exemplo, com o aumento de densidade de colméias nos pomares vai forçar as abelhas coletoras a um deslocamento mais retilíneo e portanto à um maior deslocamento entre árvores. Por ocasião da visita às flores, as abelhas coletoras de pólen são também mais eficientes polinizadoras do que as abelhas coletoras de néctar, pois sempre abordam a flor pelo topo, tocando os estigmas e anteras. Eventualmente as abelhas coletoras de néctar podem obter este recurso floral por um posicionamento lateral, sobre as pétalas, sem haver contato do corpo do inseto com as anteras e estigmas (Robinson, 1980).
As colméias racionais e padronizadas (modelo Lang.) que prestam serviços de polinização em macieiras no Estado de Santa Catarina são alugadas pelos pomicultores dos apicultores geralmente nos meses de Setembro e de Outubro, na quantidade de 50.337 colméias pelo valor de R$ 23,00 cada, sendo que a densidade média é de 3 colméias por hectar (2 colméias/ha na cultivar Fuji e 4colmeias/há na cultivar Gala).
É importante que estas colméias possuam rainhas com bom potencial de postura, populações de abelhas adultas suficientes para o desenvolvimento normal do ciclo de vida, assim como, grande capacidade de forrageamento pela presença de numerosas abelhas campeiras. Esta característica é observada em colméias que estejam com pelo menos 8 favos cobertos com abelhas adultas, e que também apresentem um grande volume de cria aberta. Nestas condições, há necessidade contínua de aporte de pólen para a produção de geléia real, afim de alimentar as larvas até o 3º dia de vida e produção de “pão de abelha” (mistura de mel e pólen) para alimentar as larvas a partir do 4º dia até o momento da operculação da célula (final do 6º dia de larva). É interessante prover reservas energéticas às colméias. Favos vazios, presentes no ninho, aumentam a tendência natural das abelhas campeiras forragearem a procura de néctar, diminuindo sensivelmente a procura por material protéico.
Um fator limitante na região que concentra os pomares de macieira é o frio na época de floração (Setembro e Outubro) que muitas vezes dificulta a atividade campeira das abelhas e, por conseguinte muitas vezes também enfraquece as colméias.
Embora muitas vezes, as horas-frio necessárias à quebra natural da dormência das plantas não seja alcançada naturalmente e devem ser utilizados tratamentos necessários para que inicie a floração, pode ocorrer antecipação da floração. Este é um fator que preocupa, pois, as colméias são transportadas aos pomares quando ainda não conseguiram alcançar suficiente grau de desenvolvimento populacional a partir das florações nativas regionais. Nas regiões com abundância de bracatinga (Mimosa scabrella) esta espécie supre a demanda inicial de pólen e néctar para o desenvolvimento das colméias após o inverno, desde que anteceda o suficiente, o período de floração da macieira.
Neste aspecto, às vezes, há necessidade de intervenção prévia nas colméias com o uso de rações protéicas estimulantes, suprindo assim as deficiências de pólen da florada nativa, antes do transporte das colméias aos pomares. Este manejo permite obter-se volumes satisfatórios de cria aberta, e principalmente de abelhas adultas novas, pois a população de campeiras que inicia o trabalho de coleta no inicio da primavera é aquela nascida no outono, e naturalmente estas abelhas com idade muitas vezes superior a 100 dias, morrem logo após os primeiros dias de atividade forrageira. É necessário para um satisfatório serviço de polinização que haja movimentação de abelhas campeiras sobre as flores de macieira na proporção de 8 a 12 abelhas no mínimo a cada trinta segundos.
Após as colméias atingirem níveis populacionais satisfatórios, chegou o momento de transporta-las aos pomares. Geralmente, as colméias devem ser transportadas aos pomares quando cerca de 20% das flores estiverem abertas. A introdução mais precoce das colméias nos pomares, incentiva as abelhas campeiras a procurarem outras fontes de alimento, muitas vezes mais atrativo, no entorno dos pomares como as vassouras (Baccharis spp.) e assim estabelecerem padrões de forrageamento que não inclui a visita às flores de macieiras.
A distribuição das colméias é feito em bloco, nas áreas mais baixas sobre suportes previamente instalados, para não ocorrer interferência dos ventos na atividade das colméias. Além disso, os blocos são colocados na posição central dos pomares, para evitar que as abelhas busquem facilmente alimentação na mata nativa no entorno dos pomares.
Atualmente o transporte é feito com tela de alvado com escape – abelha invertido, que permite o conforto do apicultor em fechar as colméias durante o dia, sem perda de abelhas campeiras. A partir do momento da colocação das telas que são fixadas com tiras de borracha para evitar que o material saia da sua posição original, demora-se cerca de uma hora e meia para o recolhimento de todas as abelhas campeiras.
O conjunto é fixado para não ocorrer vazamentos de abelhas durante o percurso e então é carregado e amarrado nas carrocerias dos veículos que farão o transporte.

Referencias bibliográficas.

Associação Brasileira dos Produtores de Maçã. Anuário Estatístico. 2002. Fraiburgo-SC.
Childers, N. F. Modern Fruit Science. 7°ed. New Jersey. Horticultural Publications. 1976. p. 128-145.
Dennis Jr., F. G. Factors Affecting Yeld in Apple, with Emphasis on Delicious. Hort. Rev. 3. 1981. p. 395-422.
Free, J. B. Insect Pollination of Crops. 2ºed. London. Academic Press. 1993. 684p.
Orth, A. I. ; Salomé, J. A. ; Chelli, F. Manejo das Abelhas em Pomares de Macieira. Fraiburgo. Anais do III° ENFRUTI. 2000. p.69-74.
Robinson, W. S. The Behavior of Honey Bees on “Delicious” Apple Blossoms. Ph.D. Thesis. Cornell University. 1980. 90p.
Salomé, J. A. Abelha na For, Previsão de Bons Frutos. Inform. Zum Zum. 33(291). 1999. p. 03.
Santos, L. W. Primórdios da Pesquisa com Maçã em Santa Catarina. Agrop. Catarinense. 7(3). 1994. p.20-22.
Ushirosawa, K. Cultura da Maçã: A experiência Catarinense. Florianópolis. EMPASC. 1978. 295p.

Alimentação e Sobrevivência das Colónias em Condições Limite

Antonio Gómez Pajuelo
CONSULTORES APÍCOLAS
C/ Sant Miquel, 14
12004 CASTELLÓN, España
Tel. e Fax: 964 24 64 94 - 607 884 222
antonio@pajuelo.info


Todos os seres vivos respondem ao mesmo esquema de funcionamento, a sua sobrevivência baseia-se na utilização das mesmas matérias, que usam da mesma maneira.

Os organismos vivos necessitam incorporar uma série de matérias principais para o seu correcto funcionamento. Em resumo estas matérias são: os hidratos de carbono, as gorduras e as proteínas.

Os hidratos de carbono: são formados por hidrogénios, oxigénio e carbono, também são conhecidos como açúcares. Constituem cerca de 60% da dieta das pessoas, e uma parte major na das abelhas. São o combustível que queimam os seres vivos para manterem o seu funcionamento. Os açúcares podem ser mais ou menos complexos, queimando mais ou menos facilmente, proporcionando mais ou menos energia. Os mais sensíveis (monossacáridos: glucose e frutose, formados por 6 carbonos, 12 hidrogénios e 6 oxigénios), queimam rapidamente, como a lenha fina, dão um grande acréscimo de energia. Quando se encadeiam (combinam) dois monossacáridos forma-se um dissacárido (sacarose, 12 carbonos, 4 hidrogénios, 12 oxigénios). Quando se encadeiam 3, um trissacárido. Quando se encadeiam muitos, um polissacárido (ou açúcar superior, também chamado amido) que é como um tronco grosso, tem que se fazer atilhos (monossacáridos) para que prenda.

Os diferentes seres vivos têm capacidades distintas de assimilar e digerir os polissacáridos, desdobrando-os nos monossacáridos que o compõem. No entanto todos têm que realizar uma série de reacções químicas que transforme qualquer açúcar num só, a frutose, que é o único que as células de qualquer ser vivo podem queimar para transformá-lo em energia, convertendo-o num resíduo de gás carbónico (carbono e oxigénio CO² ) e agua (hidrogénio e oxigénio, H² O). Quando um ser vivo consome mais açúcares do que os que necessita queimar, guarda o excedente como reserva. Para isso, rompe a frutose (6 carbonos), elimina parte do oxigénio e produz 3 fragmentos, de 2 carbono, que volta a enlaçar reordenando-os de outra maneira mais compacta (glicerina), e vai somando fragmentos de 2 carbonos para formar uns compostos que se chamam gorduras.

As abelhas encontram hidratos de carbono no mel (80%) e no pólen (40%), e formam dois tipos de gorduras a partir destes açúcares: a cera (que é uma gordura sólida na temperatura ambiente) e as suas gorduras internas (que acumulam numas células vazias (tecido adiposo), sobre tudo no Outono, e que utiliza para a fabricação de hormonas, a manutenção da cobertura dos nervos...

Para que se produzam essas transformações é imprescindível a presença de certos componentes que estão no pólen e que são outras gorduras, enzimas... que actuam como iniciadores e catalizadores dessas reacções químicas.

Existem outro tipo de substâncias alimentícias para os seres vivos que, além de carbono, hidrogénio e oxigénio (como os açúcares e as gorduras), têm outro elemento imprescindível para a vida: o nitrogénio ou azoto. A essas substâncias nitrogenadas ou azotadas, chamam-se proteínas.

As proteínas: são formadas por elementos mais sensíveis, os aminoácidos, dos quais existem uma vintena, todos diferentes. Existem muitos tipos de proteínas, que se diferenciam pelo número total de aminoácidos e nos tipos de aminoácidos que as formam. Pode-se dizer que os aminoácidos são como os ladrilhos, segundo o tipo que se utilize e como se juntem pode fazer-se com eles uma parede mestre, um tabique, uma coluna, uma abóbada... As diferentes proteínas têm missões distintas nos organismos vivos.

Nos seres vivos as substancias nitrogenadas, proteínas, têm uma grande variedade de funções: vão intervir na formação dos músculos, os tecidos de suporte (tendões, o esqueleto interno no nosso caso, o externo ou “carapaça” nas abelhas), as secreções digestivas (enzimas), as hormonas, os sistemas defensivos (imunológicos), os genes dos cromossomas (ADN), as células novas que repõem as danificadas nos tecidos...

Os seres vivos necessitam de ingerir proteínas na sua dieta (nós humanos até cerca de 15% do total de alimentos, as abelhas não sei, menos, seguro). Na digestão fragmentam-se em pequenos pedaços úteis, mais ou menos grandes, até aminoácidos, para aproveitar as partes nitrogenadas para fabricar outras proteínas úteis para o ser vivo que as ingere. As partes sem nitrogénio, assim como o carbono, hidrogénio e oxigénio, são queimadas ou convertidas em gordura.

Os diferentes seres vivos podem fabricar diferentes aminoácidos no seu organismo, a partir de fragmentos de outras moléculas que contenham carbono, hidrogénio, oxigénio e nitrogénio. Mas existem sempre alguns dessa vintena que não sabem “fabricar”, e que se mantêm inteiros na dieta, esses chamam-se aminoácidos essenciais. As diferentes espécies de seres vivos têm como “essenciais” diferentes aminoácidos dessa vintena. Essas substancias que um ser vivo não sabe “fabricar”, são conhecidas também com o nome de vitaminas, e a maioria continuam a ser do tipo nitrogenado (aminoácidos...) e/ou gorduras.

Na dieta das abelhas, o pólen, é o único aporte de substancias nitrogenadas (14%) e de gorduras externas (5%), sem contar as que sabem “fabricar” a partir dos açúcares.

Quando os aportes para a dieta são correctos, todas as reacções de transformação destas matérias em energia e noutras matérias diferentes funcionam bem; o organismo vive.

Mas o que é que se passa em condições limites? Quando falta alguma substância vital? Quando existe fome?...

Quando as abelhas padecem de falta de mel, faltando a administração de hidratos de carbono, não podem produzir energia, sobre todo calorífica, e diminui a sua capacidade de manter os 35º C constantes, ± 1º C, na zona de criação, quer dizer, quer dizer que a criação fica paralisada. Se o problema continua e se torna mais grave, a temperatura dos quadros de criação, ocupados vão diminuindo, o que torna mais lentas todas as reacções químicas dos seus corpos; as transmissões eléctricas dos nervos (o que põe ao ralenti os seus movimentos e a sua coordenação), a respiração, os movimentos musculares (o que acentua a diminuição da temperatura). Finalmente, quando se chega à fronteira aproximada dos 12º C, as abelhas ficam totalmente paralisadas pelo frio e morrem, formando um grupo compacto (cacho), introduzidas de cabeça nas células, num intento desesperado de conservar melhor as suas últimas calorias. Quase todos já o teremos visto alguma vez.

Até chegar a essa situação, o organismo das abelhas tentou produzir energia calorífica de qualquer maneira: primeiro, queimando as suas reservas de gordura, que armazenava nas células vazias das costas (ao nível do 2º anel abdominal), e quando estas escasseiam, queimando proteínas dos músculos, dos tecidos (intestino...). Pode-se dizer que o corpo se come a si próprio. Isto provoca uma diminuição do peso corporal, que pode chegar a uns 50% do seu valor normal. Finalmente, só restam as proteínas dos órgãos vitais e um mínimo de gordura que é imprescindível para a manutenção do nível das principais hormonas e o isolamento dos terminais nervosos que transmitem impulsos entre os tecidos, os órgãos e os gânglios cerebrais. Neste estado, as abelhas podem desaparecer com facilidade no campo durante um dia em que possam sair. As que permanecem na colmeia podem apresentar os mesmos sintomas de falta de proteínas e destruição dos tecidos digestivos, como que tenham sido parasitados por nosema, que é outra maneira de perder proteínas.

Quando as abelhas padecem de falta de pólen, por um lado porque não exista, por outro lado, porque o que está disponível não tem os nutrientes adequados (por seca, por exemplo), as reacções químicas de formação da gordura a partir dos hidratos de carbono não se dão e não podem acumular quantidade suficiente desta no seu corpo.

Se têm hidratos de carbono, mel, podem queimá-los para produzir calor, no entanto faltar-lhes-iam elementos necessários para a produção de hormonas e enzimas que controlam processos importantes: a fabricação de sucos digestivos, o sistema imunológico, o isolamento dos condutores nervosos, a produção de geleia real (o que vai paralisar a criação), a produção de cera...

A falta de pólen, também provoca no organismo das abelhas “fome de proteínas”, que tentam solucionar extraindo proteínas donde existam, fundamentalmente dos músculos e dos intestinos. Esta situação pode provocar danos celulares nestes tecidos, com a consequente diminuição do peso corporal, e a possível observação de tecidos danificados (como o digestivo) que deixa de produzir sucos digestivos e fica com danos que podem confundir-se com lesões de parasitoses por nosema.

Paralelamente a esse processo orgânico dá-se um aumento do instinto de recolha de pólen, o que faz com que, se não o encontram, recolectam qualquer coisa que se lhe pareça (farinha, pó de palha, pó dos fardos para o gado, e inclusivamente serradura de madeira!). Algumas destas substâncias podem alimentá-las alguma coisa (como a ração de leitão), outras pouco ou nada (palha, serradura...)

Todos os seres vivos têm mecanismos de comportamento semelhante, recordem-no filme de Chaplin em “A quimera de ouro”, comendo a sua bota guisada, os cordões como se fossem esparguete e a sola como se tratasse de um filete.

Tudo isto faz com que as abelhas se tornem muito mais sensíveis a qualquer problema que possa afectar a sua sobrevivência: enfermidades, intoxicações por produtos fitofarmacêuticos, meteorologia desfavorável...

Outro elemento imprescindível para a sobrevivência, à parte dos nutrientes mencionados, é a agua. Cerca de 2/3 da maior parte dos organismos vivos são agua (em alguns mais). A água intervém nas reacções químicas que mantêm a vida, como dissolvente e também como refrigerante. Em todas as reacções produz-se calor, e se este não é eliminado, a temperatura corporal irá subindo pouco a pouco até “ferver” as abelhas por dentro: as proteínas coagulam acima dos 45º C, perdendo as suas funções. As abelhas têm nas suas antenas uns termo receptores, termómetros, ligados aos nervos, que se activam quando a temperatura sobe ou baixa e enviam mensagens aos gânglios cerebrais que provocam determinados comportamentos (ventilação, agrupamento, colheita de agua...).

Se a temperatura sobe as abelhas saem à procura de água, colocam-na em gotas nos quadros e ventilam-na para que se evapore, isto “rouba” calor e a temperatura baixa para o seu nível normal. Se não a podem controlar assim, saem da colmeia e situam-se por baixo desta, na sombra, para evitar que a sua actividade dentro da colmeia eleve mais a temperatura.

Se faz frio, agrupam-se num cacho compacto, movendo-se produzindo assim calor (queimando as suas reservas de hidratos de carbono, mel que têm à mão no quadro e numa segunda fase, as suas gorduras internas). Se não podem manter constante (nalguma zona do quadro) uma temperatura de 35 ±1º C e uma humidade relativa de ao redor de 80%, cessa a criação (esta desidrata-se com facilidade através da sua fina pele). Por isso vêm-se abelhas recolhendo avidamente água no início da criação, na Primavera temporã, pois se falta agua na colónia, a criação paralisa-se.

Outro elemento que necessita agua é a respiração, o ar que entra nos sacos respiratórios, carrega-se de humidade interna das abelhas, humidade que estas devem repor. A excreção de resíduos também consomem agua. Se falta água no organismo da abelha, porque não há aportes, este tenta recuperá-la donde seja. Primeiro utilizará os tecidos que tenham mais água: a hemolinfa (tipo de sangue da abelha), que se espessará. Isto move por sua vez, água dos tecidos para o sangue. Os organismos vivos têm prioridades, pelo que o fluxo interno de água desvia-se até aos órgãos mais importantes: o tecido nervoso e o respiratório, retirando-a de outros menos importantes: os músculos, os intestinos... Se este processo segue, a hemolinfa torna-se tão espessa que o coração tem que fazer mais esforço para bombeá-la, e circula mal pelos capilares, o que provoca mais calor, pelo que consome mais água para regular a temperatura....

Nestas condições as abelhas tornam-se extremamente sensíveis a qualquer problema, acabando por perecer se o processo não for detido com o aporte de agua. Eu já vi colmeias mortas de sede; as que ficaram vivas recuperaram quando se lhes colocou um bebedouro com água.

Sintetizando tudo o que se escreveu até aqui, podem-se resumir pois, 3 tipos de condições limites referidas quanto à alimentação das colmeias:

1) Fome de hidratos de carbono, mel.
A solução é sensível, aportá-los. A melhor maneira para que as abelhas o assimilarem é na forma de xarope de água e açúcar branco (sacarose), que elas podem converter facilmente em frutose e aproveitar. Outra possibilidade é utilizar um xarope de frutose, obtido por hidrólise (ruptura) “larga” do AMIDO do milho. Finalmente, a menos desejável é utilizar um xarope de glucose, obtido por hidrólise (ruptura) “rápida”, do gérmen do milho; neste processo ficam quantidades importantes (ao redor de 20%) de açúcares superiores (polissacáridos, germens) sem romper, que não são bem digeridos pelas abelhas. Como pode suceder, o pior produto é o mais barato, ainda que a próxima e prevista baixa do preço do açúcar branco (39 % nos próximos 3 anos) e a perda da subvenção aos derivados do gérmen do milho, pode igualar os preços por “unidade de açúcar assimilada pela abelha”.
A concentração de açúcar total em agua deverá oscilar entre os 60-70% na época fria e os 40-50% na época quente.
Com efeito pode-se dar ás colmeias mel, mas sempre de origem sanitária conhecida.

2) Fome de pólen (gordura, proteínas).
Também podem ser adicionadas. Existem no mercado de alimentação animal complexos de aminoácidos, vitaminas e proteínas em líquido e em pó, que são incorporáveis na alimentação. Se as colmeias estão muito debilitadas é melhor dá-los numa alimentação líquida. Quando se tiverem recuperado pode-se pensar numa alimentação sólida.
Devido à situação das mudanças climatéricas, já aconteceu mais do que uma vez, nos últimos anos que alguns apiários não tiveram possibilidade de recolherem suficiente pólen na Primavera – Verão para se aguentarem bem até ao Outono, e se a floração de pólen nesta época também lhes falta, entram no Inverno em péssimas condições e acabam por morrer. Seria conveniente rever as nossas estratégias de trabalho e avaliar a situação das reservas de pólen no final do Verão, Julho – Agosto, para alimentar se for preciso, pois pode faltar o pólen de Outono.
Se se pensa em disponibilizar pólen doutra colmeia, é melhor fazê-lo em quadro devidamente humedecido e sempre de origem sanitária conhecida.

3) Fome de água (desidratação, sede).
É muito fácil de solucionar. Existe uma grande quantidade de dispositivos que permitem disponibilizar água às colmeias quando estas não tiverem possibilidade de a recolherem nas imediações (mais ou menos 50 metros).
Estamos em tempos difíceis. Nos últimos 7 anos passamos de 1.500.000 colmeias para 2.500.000 (em Espanha), que além do mais são colocadas em apiários maiores, para aproveitar a carga do camião que agora também é maior (isto diminui a floração útil por colmeia).
Os terrenos de uso apícola são menores, por desertificação, construção de urbanizações, diminuição das culturas de uso apícola (girassol, colza...), o uso excessivo de pesticidas de alta persistência e alta toxicidade a baixas doses (Confidor®, Gaucho®, Regente®...)
E a mudança climatérica está a alter o regime de chuvas, elevando as temperaturas, o que, num território como o nosso, se traduz em menos disponibilidade de alimentos para as abelhas e períodos de carência mais largos.
Mas podemos adaptar-nos para modificarmos as nossas tácticas de trabalho.
Só temos que fugir das rotinas e estar mais atento ao campo e aos conhecimentos que a nossa época nos proporciona.

MERCADO MUNDIAL DE MEL.

INFORME: -------------------------------------------------------------------------------------

La producción mundial de miel es de alrededor de 1.300.000 toneladas América tiene un 25%, Asia otro 25%, Europa un 30% y el restante 20% se reparte entre África y Oceanía.
La mayor parte de esta miel es consumida en origen. Un 25%, unas 325.000 toneladas salen al mercado cada año y son objeto de comercio entre diferentes países.
Algunos países son exportadores tradicionales, los más importantes son Argentina en América y China en Asia.
Si de este grupo descartamos a Japón, por su menor volumen de negocio, nos quedan 4 países que son quienes marcan los precios y controlan en conjunto el mercado de miel en nuestra área económica: EEUU y UE en la compra y Argentina y China en la venta.

ARGENTINA:

Haciendo una simplificación Argentina produce entre 75.000 y 80.000 toneladas de miel, de las que exporta más del 90%.
Sus explotaciones apícolas son, generalmente, muy profesionalizadas, grandes y con producciones altas, las medias son de 30 - 40 kg/colmena y año.
La miel argentina es apreciada por los envasadores debido a su buena calidad y su color claro (generalmente es miel de pradera, aunque también se producen mieles de eucalipto, cítricos, girasol...), situándose el precio tradicional algo más bajo de 1 $ USA/kilogramos (=1,2.-euros actuales; todos los precios mencionados son para partidas industriales, contenedores de 24.000 kg, en bidones de 300 kilogramos, mercancía puesta en origen).
La miel argentina se ha vendido bien tradicionalmente en Europa y EEUU, más o menos un 50% en cada sitio.
En 1996 la Asociación de Productores Americanos de Miel, en EEUU (American Honey Producers Association, AHPPA), recaudó dinero de sus socios y contrató un gabinete de abogados y puso en demanda de "dumping" (= venta por debajo de los costos de producción) contra la miel china. Ganaron y forzaron a su gobierno a que impusiera una elevada tasa arancelaria a esta miel, y se fijó una cantidad máxima de miel china a importar, unas 20.000 toneladas.
Como consecuencia la miel china, la más barata del mercado, sufrió una espectacular subida de precio en EEUU, que arrastró al resto de las mieles.
Argentina hizo un gran esfuerzo para aprovechar esta subida de precios, y pasó a exportar la mayor parte de su miel a EEUU, hasta el 70% algún año.
Esto ocasionó una bajada de la exportación a la UE del 41 % en 1995 al 17% en 1999.
Al quedar desabastecida, Europa se vio obligada a pagar por la miel Argentina lo que ya estaba pagando EEUU, y en esta "subasta", los precios de la miel subieron hasta ligeramente por encima de los 2 $ USA/kilogramos en algunas partidas, siendo frecuentes los de 1,60 – 1,70 $ USA/kilogramos.
Esta situación favorable de mercado hizo que Argentina se convirtiera en el mayor exportar mundial desde 1997.
Durante ,1998 los promedios internacionales de la miel se mantuvieron a niveles más bajos, y finalmente, en 1999, después de una cosecha récord, los precios internacionales volvieron a bajar a los niveles anteriores a la subida de 1996.
"El año 2001 caducaba el arancel "anti-dumping" contra la miel china en EEUU, y la misma asociación americana, AHPA, volvió a recaudar aportaciones de sus socios, contrató al mismo gabinete de abogados y puso la misma denuncia "anti-dumping", pero ahora contra las mieles argentinas y chinas. Y volvió a ganar, por lo que desde el 2002 las mieles argentinas y chinas tienen un arancel alto, lo que eleva su precio en el mercado.
Por esas fechas comenzaron los problemas económicos de Argentina que provocaron la pérdida de paridad del peso (1 peso argentino = 1 $ USA), que llegó a cotizarse a casi 4 pesos = 1 $USA. Esto favoreció extraordinariamente las exportaciones, y la penetración en el mercado internacional de la miel argentina.
Además, a principios del 2002, en la UE se detectaron en mieles chinas residuos de cloranfenicol (antibiótico prohibido en la UE desde 1994), y se prohibió su importación. Esta desaparición del mercado europeo de las mieles chinas provocó también una mayor demanda de mieles argentinas, que pasó a ser el principal proveedor de la UE.
Sin embargo, en agosto de 2003 fueron detectados en Inglaterra residuos de nitrofuranos (un antibiótico prohibido en la UE desde 1995) en una miel argentina. Las exportaciones argentinas perdieron un 75% de su mercado europeo hasta finales del 2003. Actualmente las exportaciones argentinas están recuperando su nivel normal y no se puede exportar nada sin una analítica de ausencia de nitrofuranos.
El parón de mercado que han supuesto estos residuos es enorme.
Al parecer el origen está, en un fraude, en la composición de un medicamento que fabricaba un laboratorio "legal", y en los medicamentos "caseros" de fabricación y venta ilegales. Se calcula un 20 - 25 % de la cosecha, que está todavía en los almacenes de los apicultores y no encuentra comprador, tiene residuos.
El sector apícola argentino está intentando organizarse para pedir a su administración que efectúe una compra de estas mieles con residuos, estableciendo un precio de garantía, para salir del atolladero. Consideran que la responsabilidad, en parte, es por la falta de control administrativo en la venta de estos medicamentos; y en parte por la aplicación de medicamentos "a su aire "de los apicultores.
En estos momentos hay una gran concienciación de los apicultores en la necesidad de auto controlar los tratamientos y en agruparse.
Algunas empresas argentinas exportadoras de miel (5) han conseguido demostrar que no vendían a precios por debajo de los costes de producción, y que los EEUU revisen su arancel "anti-dumping", que ha bajado del 36% hasta un simbólico 0,8%.

CHINA:

En el mercado de los envasadores la miel china no está considerada de calidad, solo es apreciada por su bajo precio. Con frecuencia se le recriminan resultados analíticos atípicos en la relación de C13/C14, que marcan la presencia de jarabes ricos en fructosa, HFCS (High Fructosa Corn Syrup), producto azucarado obtenido del almidón del grano de maíz. También suelen recriminársele una excesiva humedad, presencia de levaduras y residuos de tratamientos con acaricidas contra varroa y antibióticos. Todo ello hace que la miel china sea la más barata del mercado, pero también es muy abundante y es buscada por los envasadores de miel estándar que venden en un sector de mercado de precio bajo: marcas blancas, grandes superficies,...

Esta situación de precios bajos de la miel china aumentó en 1997 por el hecho de que tuvo grandes stocks de miel (50.000 toneladas), ya que su mercado tradicional, Asia, sufrió una crisis económica que se vio reflejada en una disminución del volumen de negocios. Además, perdió a favor de Argentina, como se ha explicado antes, el mercado de EEUU por la normativa "anti-dumping".
China fue internacionalmente acusada de suministrar mieles adulteradas con jarabes de fructosa y se desarrollaron técnicas analíticas que lo demostraron. A consecuencia de ello perdió el 50% de su mercado europeo.
A principio del 2002, como ya se ha comentado, en la UE se detectaron residuos de cloranfenicol (antibiótico prohibido en la UE desde 1994) en mieles chinas, y se prohibió su importación hasta que las autoridades chinas demostraran haber corregido este problema y los análisis de control dieran negativos.
Hasta el verano del 2004 se ha mantenido esta situación, aunque la miel china encontró otros caminos: Japón, Vietnam, Malasia, Turquía...
Curiosamente la UE sustituyó la compra de miel china (directa) por mieles de Argentina, México, Vietnam, Malasia, Turquía...
En julio 2004 la UE levantó la prohibición de importación de miel de China, permitiendo su entrada con un certificado analítico de ausencia de residuos emitido por sus autoridades. Este acuerdo ha sido publicado en el D.O.U.E. el 26.08.04 y ya ha supuesto una bajada significativa del precio de la miel en el mercado internacional (a la fecha, finales septiembre 2004, se está ofertando miel china en Alemania a 1,30 $/kilogramos y miel argentina en puerto europeo a 1,5 - 1,7 $/Kg).
China es el primer productor mundial de miel, con unas 180.000 toneladas
Los niveles de producción son relativamente buenos, sobre los 25 kg/colmena y año, y los de consumo interno apreciables, alrededor de 100.000 toneladas.

ESTADOS UNIDOS:

La Asociación de Productores de Miel de EEUU (AHPA), como se ha comentado, es la responsable de la subida de precios de la miel de 1996-97 y de 2002.
Su acción legal, en una época de elecciones, hizo que la administración de Clinton, impusiera un derecho compensatorio "anti-dumping" a la miel china de más del 140% de su precio de entrada y que limitara la cantidad a importar, a unas 20.000 ton/año. Este acuerdo dejó un hueco en el mercado de EEUU para mieles de otros países, de los que se podían importar unas 40.000 toneladas, y Argentina lo aprovechó, colocando en EEUU 21.473 toneladas, este año y a un precio más alto, como ya se ha comentado anteriormente. Desde entonces, Argentina ha sido el principal proveedor de miel de EEUU.
La bajada paulatina de precios desde 1997 hasta el 2000, provocó que en 2001 la misma asociación, AHPA, ejerciera otra acción legal, pero esta vez contra las mieles argentinas y chinas, que también ganó. Como resultado ha habido un aumento del precio de estas mieles en el mercado interior de EEUU, y una mayor apetencia de compra para las mieles nacionales.


ALEMANIA:

Alemania es el otro gran importador mundial de miel. Tiene una producción de unas 15.000 ton/año y una disminución del número de colmenas similar a la de EEUU, un 6% anual, por las mismas cusas: abandono de pequeños apicultores por la complicación de los tratamientos contra varroa, aumento de enfermedades asociadas, cambios climáticos, menor disposición de territorios apícolas...
Es el mayor importador de miel, maneja alrededor de las 100.000 ton/año, de las cuales re-exporta unas 13.000 toneladas, y consume el resto.
Hasta 1995 el 50% de la miel que Alemania importaba era de Argentina - Uruguay - México, siendo siempre la mayor parte, 21 - 30%, de Argentina. En esta época la miel china se mantenía alrededor del 20% de la importación.
La disminución del mercado de EEUU para la miel china, en 1996, invirtió esta situación, y la miel de Argentina - Uruguay - México, bajó al 20% de la importación total, mientras que la de China subió al 30%.
Este cambio de mercado se acompañó con la reunificación de Alemania que aumentó las compras tanto de miel barata china como de otras más caras de países europeos.

ESPAÑA:

Actualmente 2.400.000/colmenas, casi el 27% del censo de la antigua UE de los 15.
Actualmente, en la UE de los 25, ese peso está reducido en 1/3.
Aproximadamente el 74% de las colmenas están en manos de apicultores profesionales (= con más de 150 colmenas); la media es de 396 colmenas/explotación profesional. Hay unos 27.400 apicultores, de los que 16% son profesionales.
La producción media estatal es baja, unos 13 kg/colmena y año, pero los profesionales obtienen una media más alta. La cosecha total está alrededor de las 35.000 ton/año.
Entre el 60 y el 80% de esta miel es multifloral, el resto tiene diferentes orígenes monoflorales (azahar, brezo, encina, eucalipto, montaña, romero...)
La miel se vende de la siguiente manera, aproximadamente: 22% directamente al consumidor 52% a mayorista e industrias 18% a cooperativas 7% a minoristas.
Los precios, de las cosecha 2003, oscilaron alrededor de 2,2 - 3 euros, en bidón de 300 kg, según calidades y zonas.
Los de la cosecha del 2004 no están aún definidos, pero se espera que se inicien a un mínimo de 1,8 ± 0,1 euro/Kg.
Existen varias marcas de calidad: Mel de Galicia (en vía de convertirse en Denominación de Origen Protegida, D.O.P); Label Vasco de calidad; D.O.P. Miel de Alcarria (Castilla - La Mancha); Denominación de Origen de Villuercas - Inores (Extremadura); Denominación de Calidad de Madrid; D.O.P. Miel de Granada.
Entre todas apenas comercializan unas 500 ton/año.
España importa cantidades variables de miel, últimamente del orden de las 13.000 a 14.000 ton/año, lo que supone hasta el 30% de consumo. Esta miel viene en su mayoría de países terceros (Argentina, México, países asiáticos...) y en un 15 - 30% de países de la UE.
La exportación oscila, según los años, suele ser de la mitad de la importación, si bien en 2002 y 2003 los altos precios del mercado habían aumentado esta cantidad.
El 85% de esta exportación va países de la UE: Alemania y Francia principalmente.
Es decir, España importa mieles de calidad estándar para su consumo interno, y exporta mieles de calidad alta de producción propia (azahar, brezo encina, eucalipto, montaña, romero...), en bidón de 300 kg, para su procesado y envasado en otros países de la UE. Estos dos últimos años, con el alto precio alcanzado, ha aumentado la exportación de mieles de calidad a países miembros de la UE y disminuido el stock que suele quedar cada año en los almacenes de los apicultores.


PORTUGAL:

Portugal tiene unas 632.500 colmenas, registradas (2003), de las que 345.000 (54%) están en manos de apicultores profesionales (con más de 150 colmenas).
De los 26.000 apicultores portugueses unos 1.800 (7%), son profesionales.
La producción total es de unas 11.000 ton/año.
La miel se vende, aproximadamente, de la siguiente manera: 30% directamente al consumido 25% a envasadores, 25% a mayoristas e industria, 20% a minoristas.
Las importaciones han variado los últimos 4 años entre las 1.000 y 2.000 toneladas, y las exportaciones entre las 100 y las 1.000 toneladas, correspondiendo los años de importaciones altas con años de exportaciones altas.
Existen varias denominaciones de origen y se comercializan mieles de calidad monofloral (romero, brezo,...).
Los datos parecen indicar que la estructura de la apicultura portuguesa es muy parecida a la de la apicultura Española: mayoría de las colmenas en manos de una minoría de apicultores profesionales; importaciones necesarias para abastecer el mercado, y que mantienen los precios bajos; poca presencia de las mieles de calidad en el mercado nacional, y exportación de parte de estas mieles para ser procesadas a otros países de UE. Cobertura del déficit de producción más el provocado por la exportación de miel de calidad con importaciones de mieles calidad estándar. Sin embargo, el peso de las pequeñas explotaciones es mayor en la apicultura portuguesa.

CONCLUSIONES:

El mercado mundial de miel está controlado en la exportación por Argentina y China, y en la importación por la UE (Alemania principalmente) y EEUU.
La UE en general, y todos sus países miembros, en particular, son deficitarios de miel, necesitan importar para cubrir su consumo.
Las importaciones de miel de terceros países de la UE marcan los precios de la miel.
En los últimos años las restricciones de mercado por aranceles "anti-dumping" (EEUU, 1996 y 2001) y por detección de adulteraciones (China 1998) y residuos de antibióticos (China 2002 y Argentina 2003), han provocado una falta de miel en el mercado y una subida de precios.
Esta situación esta favoreciendo la entrada de mieles baratas, chinas, vía otros países ("transboarding" de Malásia, Turquía, Vietnam...)
La apertura de la importación de miel china, septiembre - octubre 2004, provoca una gran incertidumbre en el mercado, que está inactivo, a la espera de la definición de los nuevos precios, evidentemente a la baja.
A medio plazo la ampliación de la UE a 25 miembros, supone otra incertidumbre, aunque es evidente que disminuirán las subvenciones y habrá más miel, de todos los niveles de precio, disponibles en el mercado.
La única vía de remontar los precios internacionales es:
- disminuir los costos de producción: manteniendo controladas las enfermedades, con tamaños de explotaciones adecuados a la disposición de recursos y con la tecnología adecuada.
- producir calidad: mieles de origen botánico definido, o de denominación de origen, de manejos especiales (biológica...) y, siempre, con garantía total de ausencia de residuos de tratamientos o de otros orígenes (desde enero 2005 las empresas están obligadas a demostrar la trazabilidad de sus envasados, por lo que la partidas ha de estar analizadas).
- Comercializar bien; esforzarse por llegar a los sectores de mercado que pagan esa calidad superior.
El consumo de mieles está aumentando en la UE (y en el mundo), así como el de productos derivados. Argentina, China, los países del Este..., están mejorando sus estructuras para cubrir esa demanda.
Nosotros también debemos movemos para ocupar nuestro sitio en el mercado.
Como pueden ver, hay un camino delante de nosotros y nuestra cultura avanza por él, el que no se ponga a andar se quedará en la cuneta.

Muchas gracias por atención.

Açores, octubre 2004.

sábado, 24 de março de 2007

BRACATINGA: A PLANTA MULTIUSO

James Arruda Salomé. Perito Apícola. MSc.


DESCRIÇÃO BOTÂNICA:

Mimosa scabrella Bentham ( bracatinga ) é árvore perenifólia, normalmente com 10 a 18m de altura e 20 a 30 cm de DAP, podendo atingir até 29 m de altura e 50 cm ou raramente mais de DAP. Seu tronco é alto e esbelto, em maciços ou curto e ramificado, quando isolada; fuste com até 15 m de comprimento, possuindo ramificação dicotômica e irregular, cimosa e densa; copa alta arredondada, paucifoliada, estratificada. O diâmetro da copa varia de 1,5 m em povoamento até 10 m em árvores isoladas. Sua casca possui espessura de até 20 mm. A casca externa é marrom – acastanhada quando jovem, passando a castanha – acinzentada com o crescimento, áspera, verrucosa, separação em fendas com orientação longitudinal. As folhas são compostas, bipinadas, paripinadas, alternas, com até sete pares de folíolos oblongo – lineares (Carvalho, 1994).
A bracatinga, como a maioria das Mimosoideae, possui flores reunidas em inflorescências do tipo capítulo globoso. Estes capítulos, geralmente em número de três, inserem-se nas axilas das folhas e em diferentes estádios de desenvolvimento. As flores são diminutas, medem cerca de dois mm. Do pedúnculo ao bordo da corola que, na espécie é actinomorfa, gamopétala, tetrâmera e tem coloração verde. Os estames de oito mm de comprimento são livres, quatro por flor, amarelos, unidos na base em um pequeno tubo de dois mm de altura e alternados, sempre, com estaminóides lanciformes. A antera é branca – amareladas quando íntegras, escurecendo após a deiscência, que é lateral (Captarem et al., 1982). Num mesmo capítulo há dois tipos de flores, as hermafroditas e as masculinas, presentes em número variável por capítulo ( 40 a 70 aproximadamente ) como na porcentagem de hermafroditas e masculinas, com predominância das primeiras. O exame dos dois tipos de flores revelou a presença de glândula nectarífera interna à corola e ao tubo estaminífero. O néctar coletado mostrou-se de odor agradável. Em análise de campo, há uma possível existência de protoginia, já que os pistilos são lançados dois dias antes da liberação de pólen. Como não foi possível a detecção da receptividade do estigma por observação de modificações morfológicas do mesmo, não se pode comprovar a existência de dicogamia (Catharino op. cit.).
A floração da bracatinga ocorre no inverno, desde julho até setembro e em menor intensidade até janeiro; frutifica de dezembro até março (Reitz et al. ,1978). A dispersão das sementes é autocórica; semente encontrada no banco de sementes do solo (Carvalho, op. cit.). Estudos sobre o banco de sementes no solo, demonstram que pode haver conservação de sementes viáveis até uma profundidade de oito cm. Bastam pequenas trocas de temperatura do solo para provocar a interrupção da latência, dando lugar a uma rápida aparição de plantas. Este fenômeno explica a existência de massas naturais quase puras e muito densas de bracatinga no sul do Brasil (Carneiro et al., 1982).





ÁREA DE OCORRÊNCIA NATURAL E ESPÉCIES ASSOCIADAS:

A bracatinga tem ocorrência natural nas latitudes 21° 30’ S (Coronel Pacheco – MG) a 29° 40’ (RS) (Carvalho, 1994). Segundo Rotta & Oliveira (1981), sua área mais expressiva e contínua de ocorrência natural situa-se entre as latitudes 23° 50’ e 29° 40’ S e longitude de 48° 50’ W até 53° 50’ W, atingindo principalmente os Estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. De acordo com a classificação climática de Köeppen, que é baseada na ação conjunta de temperatura e precipitação e que segundo este principio, a região de ocorrência natural da bracatinga está representada principalmente pelo clima tipo Cfb (mesotérmico, úmido, com verão fresco).
A bracatinga ocorre preferencialmente em altitudes entre 500 e 1.500m, tendo porem sido verificado sua ocorrência em municípios com altitudes inferiores tais como: Mafra (SC) com 383m, Rio do Sul (SC) com 354m, e Brusque (SC) com 46m.
Reitz et al. (1978), constatou que a bracatinga no Estado de Santa Catarina encontra-se vastamente dispersa pelas submatas dos pinhais em todo o planalto catarinense, desde o extremo norte ao sul e desde a borda oriental do planalto até Xanxerê e Chapecó, no extremo oeste. Não ocorre na mata latifoliada da Bacia do Uruguai. Com dispersão descontínua e elemento bastante raro, é encontrada nos diferentes núcleos de pinhais existentes na “zona da mata pluvial da encosta atlântica”.
Como espécie heliófita é pouco exigente quanto às condições físicas dos solos; ocorre principalmente nas matas secundárias onde por vezes forma agrupamentos densos e quase puros, caracterizando visivelmente a vegetação onde ocorre. Como espécie pioneira, torna-se particularmente abundante nas matas semidevastadas, onde juntamente com o vassourão-branco (Piptocarpha angustifolia), o vassourão-preto (Vernonia discolor) e a canela – guaica (Ocotea puberula), muito contribuiu para ocupar as clareiras abertas pela exploração da araucária e outras árvores nativas. É espécie pouco exigente em condições edáficas, desenvolvendo-se principalmente na subsérie, desde os primeiros estágios das capoeirinhas até os capoeirões plenamente desenvolvidos (Klein, 1981).

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA:

A bracatinga é considerada uma das espécies de crescimento inicial mais rápido no sul do Brasil. Alguns povoamentos implantados por mudas alcançaram produtividade de até 36 m³ / ha. ano com casca sob regeneração artificial, como em Concórdia-SC, aos quatro anos de idade, no espaçamento de 3 m x 2 m. Porem, quando a sua implantação se deu por regeneração natural proveniente de queima, sua produção volumétrica variou de 8,3 a 25,1 m³/ ha. ano aos seis anos (Ahrens, 1981). Além desta constatação, a bracatinga é altamente potencial para utilizações energéticas (carvão e lenha), por possuir madeira com elevada densidade básica, elevados teores de lignina e carbono fixo. O carvão produzido pela madeira desta espécie é de alto rendimento e elevado teor de carbono fixo, apresentando apenas a limitação de possuir alto teor de cinzas (Junior, 1981). De acordo com Silva (1982), a bracatinga produz lenha e carvão de ótima qualidade. O poder calorífico da madeira é de 4.569 a 4.830 Kcal/Kg; teor de lignina de 25,8 a 28%; carvão com rendimento de 32,6 a 35%; carbono fixo de 83,2 a 84,9; poder calórico do carvão de 7.239 a 7.554 Kcal/Kg.
A madeira desta espécie é usada em vigamentos, escoras em construção civil, partes não aparentes de móveis, caixotaria, embalagens leves, compensados, laminados, aglomerados e pequenas peças torneadas (Carvalho, 1994). Alem disto suas fibras são curtas (0,84 a 1,17 mm), prestando-se como fonte alternativa de fibras curtas para a produção de celulose e papel de escrita e impressão que não requerem alta resistência física (Barrichello, 1982).
A bracatinga é empregada há anos, por grandes empresas, na revegetação de terrenos profundamente alterados, em regiões frias, com efeitos comprovadamente benéficos sobre o solo. Ela é recomendada para a conservação de solos e na recuperação e reabilitação de solos degradados, tais como: solos decapitados por terraplanagem, solos alterados pela exploração do xisto betuminoso e pela exploração da bauxita, solos erodidos e área de empréstimo, as margens de reservatórios de hidrelétricas, já que através da deposição de biomassa e de nutrientes, fertiliza o solo (Carvalho, 1994).
Além das utilidades econômicas em produtos madeiráveis, a bracatinga é importante espécie apícola, fornecendo néctar e pólen no inverno e produzindo mel floral rico em glicose, com cristalização muito rápida. A concentração média de açúcar no néctar, encontrada por Pegoraro (1988), para a espécie, foi de 24,16 % e a produção média do mel de 119 Kg/ha. Por florescer em época onde outras espécies ainda não estão floridas, a bracatinga tem papel fundamental no início do desenvolvimento de colônias de Apis para a primavera. O grande aporte de néctar e pólen nas colônias faz com que os favos sejam puxados, as rainhas recebam maior quantidade de geléia real em sua alimentação, culminando com a grande colocação de ovos, que originarão abelhas adultas, que serão o contingente de trabalho das colônias para armazenagem de mel nos favos durante a floração de outras espécies que aparecerão subseqüentemente (Salomé, 2002).

O MEL DE MELATO:

A seiva do floema, que transporta nutrientes para os tecidos de uma planta, é inacessível às abelhas, a menos que ocorra uma superfície ferida, sob pressão de dentro. Alguns insetos sugadores de plantas, pertencentes à ordem Rhynchota, tem partes bucais que podem penetrar as superfícies da planta, e a seiva do floema é, então, arrancada a força através da picada, pela pressão interna, que é reforçada pelo próprio bombeamento do inseto. A seiva passa das partes bucais do inseto para o trato digestivo, por uma ou duas rotas; ou do intestino anterior para o intestino médio(onde é digerido), depois para o intestino posterior (onde é absorvido); ou diretamente do intestino anterior para o intestino posterior, através de câmaras filtradoras, omitindo o intestino médio. Este sistema duplo permite ao inseto dispor de uma grande quantidade de alimento bem diluído – a cada três horas, este pode corresponder ao próprio peso do inseto (ou para larvas jovens, muito mais). O alimento excedente é encontrado em folhas, brotos, etc., em pequenas gotículas, e é conhecido como melato. É coletado por outros insetos, incluindo abelhas e formigas.
O melato difere da seiva do floema em sua composição – e do néctar, que é totalmente de origem vegetal – e o mel de melato tem certas características diferentes do mel de néctar. O melato contem enzimas derivadas de secreções das glândulas salivares e do intestino de insetos sugadores de plantas. A quantidade de nitrogênio no melato (0,2 – 1,0 % da matéria seca) é muito maior do que no néctar, e 70 – 90 % dele situa-se nos aminoácidos e amidos. O melato sempre contem também ácidos orgânicos, especialmente ácido cítrico. Mas, como no néctar, os carbohidratos compreendem 90 – 95 % dos sólidos e, no geral, estes consistem em vários açúcares, freqüentemente incluindo alguns que não estão presentes na seiva do floema, mas que são sintetizados durante a passagem através do inseto pela ação de enzimas do intestino e das glândulas salivares (Crane, 1985).
Várias espécies de homópteros, principalmente os pertencentes às superfamílias Cicadoidea, Psylloidea, Aphidoidea, Aleurodoidea e Coccoidea vivem como parasitas de plantas, sugando a seiva elaborada do floema e excretando um líquido açucarado que se deposita sobre elas, denominado melato. Neste mecanismo há uma participação das formigas que colhem o melato diretamente do animal, estimulando-o a liberar mais. Desta forma, as formigas se alimentam e ao mesmo tempo limpam as colônias de afídeos, possibilitando maior desenvolvimento destas. Já as abelhas coletam o melato depois de depositado sobre as plantas (Barth, 1989).
A conversão de melato de secreção em mel de melato pelas abelhas é reconhecido pelo Codex Alimentarius e seu padrão de controle de qualidade é utilizado em vários países. No Brasil, somente em setembro de 1997, foi publicada a Portaria n° 367 em 04/09/97, do Ministério da Agricultura e Abastecimento, estabelecendo padrões para o mel floral e de melato, baseados na legislação Mercosur/95 (Campos, 1998).
Em Santa Catarina, o melato ocorre com maior freqüência em bracatingais de algumas áreas, abrangendo principalmente as regiões do planalto sul (Bom Retiro, Urubici, Vale do Canoas, Lages, Painel, Bocaina do Sul, São Joaquim), e alto vale do Itajaí (Santa Terezinha). As épocas mais visíveis onde ocorrem grandes secreções são nos meses de janeiro, fevereiro, março, abril em ciclos bianuais, sendo que o último grande ciclo ocorreu no verão/outono de 2002 (Salomé, 2002). Orth (2000), em coleta de campo no mês de dezembro de 2000, verificou que em bracatingal no município de Bom Retiro, haviam poucos indivíduos adultos de cochonilha secretando melato, porem dentro da carapaça dos insetos adultos mortos, haviam ovos e ninfas de primeiro estágio, confirmando as observações que o ciclo de produção de melato é de dois em 2 anos, sendo que o penúltimo ciclo ocorreu no verão / outono de 2000. O mel proveniente da secreção de insetos que se utilizam do floema da bracatinga é de aspecto escuro; com baixos teores de glicose; sua viscosidade é superior ao mel floral (acima de 19,4 Pa.s); Ph acima de 4,2; valores de condutividade e resíduo mineral fixo mais altos que o mel floral; seu sabor lembra melado de cana, sendo homogêneo (o mesmo desde quando se coloca na boca até o final); apresenta médias mais elevadas de Fe, Mn, Cu, Zn, K, sendo até quatro vezes superior ao mel floral (Campos, 1998 e 1999).
O melato, também conhecido como honeydew, é secretado por cochonilhas que vivem em certas plantas da família Fabaceae (em Santa Catarina). Em certas regiões do Estado de Santa Catarina, a existência desta secreção é bastante acentuada nos bracatingais, chegando a proporcionar boa produção de mel de melato (Wiese, 1984).
Melato é um líquido doce secretado por insetos Hemipteros, especialmente afídeos e coccideos, que se alimentam do floema das plantas. Freqüentemente as abelhas coletam-no e armazenam, e de forma geral é considerado inferior ao mel floral, em sabor e qualidade. Os açúcares de mel de melato armazenado parecem ainda mais complexos que aqueles de mel floral, possivelmente porque no melato armazenado encontram-se envolvidos dois conjuntos de enzimas: os dos insetos sugadores e das abelhas melíferas. Muitos pesquisadores tem estudado os açúcares de melato que são excretados por insetos, utilizando métodos modernos de análises. Há muito tempo se conhece a levulose, a dextrose e a melezitose. Gray e Fraenkel (1953) encontraram erlose (frutomaltose) em vários melatos. Duspiva (1954) encontrou também uma série de açúcares compostos relacionados com a erlose pelo agregado gradual de moléculas de glicose. Bacon e Dickinson (1957) apresentaram evidências que a melezitose – que é comum a muitos melatos – não tem sua origem na planta, como se acreditava anteriormente, e sim que é produzida da sacarose da planta por uma enzima do inseto sugador. A melezitose nunca foi isolada diretamente da fonte de uma planta. Portanto, parece que há ao menos dois tipos de melato: os tipos de melezitose que podem cristalizar rapidamente, depois de armazenado nos favos pelas abelhas, e os tipos de erlose, que não cristaliza, e que caracteriza o melato catarinense proveniente de bracatinga. Leite (2000) procedendo a análises em amostras de meis brasileiros, verificou uma média de valores de melezitose entre 0.21 e 0,37 %, maior que as médias encontradas em outros países (0,03 a 0,06 %).
O mel de melato sempre foi classificado como mel inferior ao floral no mercado interno, por ser pouco atrativo devido a sua cor escura e sabor marcante. Na década de 80, o entreposto de mel e cera de abelhas Colonial de Itajaí – SC, iniciou a exportação do produto para o mercado alemão, sendo que este mel era utilizado por laboratórios para a produção de fármacos. No final do ano 2000, o entreposto de mel e cera de abelhas Minamel Ltda. de Içara - SC, conseguiu exportar para o mercado alemão este mesmo mel a granel a preços convidativos; US $ 1. 400 / t. (um mil e quatrocentos dólares a tonelada); contra US $ 1.100 / t. do mel claro (Puttkammer, 2000).





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


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BACON, J. S. D. & DICKINSON , B. The Origin of Melezitose: a Biochemical Relationship between the Lime Tree (Tilia spp.) and Aphis (Eucallipterus tiliae L.). Biochem. J. 1957. 66: 289-297.

BARRICHELLO,L. E. G.; BRITO, J. O. Celulose Sulfato Branqueada de Bracatinga. Brasil Florestal, Brasília, 12 (49): 45 – 50. 1982.

BARTH, O. M. O Pólen Brasileiro. Rio de Janeiro: Ed. Luxor , 1989, 150 p.

CAMPOS, G. Melato no Mel e sua Determinação Através de Diferentes Metodologias. Tese de Doutorado. Belo Horizonte: UFMG- Escola de Veterinária, 1998. 178p.

__________ Análise Laboratorial do Mel de Melato da Bracatinga. Informativo Zum-Zum 1999, 288: 12.

CARNEIRO, R. M. et al. Importância da Dormência das Sementes na Regeneração da Bracatinga. Circular Técnica. IPEF, Piracicaba. 1982. (149), set.

CARVALHO, P. E. R. Espécies Florestais Brasileiras: Recomendações Silviculturas, Potencialidades e Uso da Madeira. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro Nacional de Pesquisa de Florestas. Colombo: EMBRAPA – CNPF. 1994:337-343.

CATHARINO, E. L. M.; CRESTANA, C. S. M.; KAGEYAMA, P. Y. Biologia Floral da Bracatinga (Mimosa scabrella Benta.). In: Anais do Congresso Nacional sobre Essências Nativas. Campos do Jordão.-SP. 1982: 525-531.

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GRAY, H. E. & FRAENKEL, G. Fructomaltose, a Recently Discovered Tri- Saccharide Isolated from Honeydew. Science. 1953. 118: 304-305.

JUNIOR, L. L. Bracatinga como Fonte Energética. In: Seminário sobre Atualidades e Perspectivas Florestais, 4: “ Bracatinga uma Alternativa para Reflorestamento”, 1981, Curitiba. Anais. Curitiba: EMBRAPA – URPFCS, 1981: 133-143 (EMBRAPA – URPFCS. Documentos, 5).

KLEIN, R. M. Aspectos Fitossociológicos da Bracatinga (Mimosa scabrella). In: Seminário sobre Atualidades e Perspectivas Florestais, 4: “ Bracatinga uma Alternativa para Reflorestamento”, 1981, Curitiba. Anais. Curitiba: EMBRAPA – URPFCS, 1981: 145-148. (EMBRAPA – URPFCS. Documentos, 5).

LEITE, J. M. da C. et al. Determination of Oligosaccharides in Brazilian Honeys of Different Botanical Origin. Food Chemistry 70 (2000) 93-98.

ORTH, A. I. Professor do Laboratório de Entomologia do Centro de Ciências Agrarias – UFSC. Informação Pessoal. 2000.

PEGORARO, A. Avaliação do Potencial Melífero da Bracatinga. In: Congresso Florestal do Paraná, 2., Curitiba, 1988. Anais dos Resumos. Curitiba: Instituto Florestal do Paraná, 1988: 3.
ECONOMIA APÍCOLA


Atualmente, a racionalização e padronização de manejos e materiais nas colméias são ferramentas fundamentais de diminuição de custos produtivos e maximização da produtividade no campo. A padronização de colméias é peça importante neste contexto, principalmente em se tratando de manter características originais do material e valor comercial compatível. Um dos pontos que mais chama a atenção em se tratando de padronização de colméias diz respeito à espessura dos quadros das sobre caixas para depósito de mel. É fato que, favos mais grossos produzem mais mel que favos mais finos, e que por causa disto o setor industrial vem a algum tempo produzindo para as sobre caixas, carcaças com oito quadros apenas, permitindo a produção de 40% a mais de mel, com a diminuição de dois quadros e conseqüente alteração na espessura dos oito quadros restantes, deixando-os mais largos. Melgueiras baixas que normalmente produzem 10Kg de mel por carcaça com dez quadros, passam a produzir até 14Kg de mel com a utilização de apenas oito quadros, com favos mais largos e células mais profundas. Estes oito quadros, entretanto, são modificados não respeitando as medidas originais Langstroth, de padrão internacional, portanto depreciando significativamente o valor comercial deste material. Além disso, o uso de quadros mais largos nas sobre caixas inviabiliza qualquer manejo relacionado à descida destes favos para o ninho, e subida de quadros do ninho para as sobre caixas (no caso de usar-se ninhos e sobre ninhos). No uso de melgueiras baixas, estas modificações da espessura dos quadros tornam impossível o uso de nove, ou dez quadros nestas carcaças. A primeira solução tentada foi à utilização de dez quadros normais nas sobre caixas e a partir do momento da puxada da cera pelas abelhas, eram retirados dois quadros, administrava-se o espaço proporcional entre os oito quadros restantes na respectiva carcaça para que as abelhas continuassem a alargar os favos. Esta técnica funciona até o momento de transportar os favos de mel para a centrifugação, pois como os favos de cera ultrapassam os limites das molduras de madeira, parte do mel é perdida na carroceria do veículo pelo contato entre os opérculos de favos próximos. Além disso, repartir manualmente e a olho o espaço entre os oito quadros restantes dentro de uma carcaça de sobre caixa é tarefa demorada.
No XXIII Encontro Catarinense de Apicultores, no município de Ituporanga em agosto de 2003, o presidente da Confederação Brasileira de Apicultura Dr. Joail de Abreu, explicou-me como este problema foi resolvido na apicultura dos Estados Unidos. Os quadros das sobre caixas conservam suas medidas originais, e após as abelhas terem dado o início da puxada da cera nos dez quadros, são retirados dois quadros e colocados espaçadores metálicos para separar automaticamente os oito quadros restantes, sendo que os espaços ficam perfeitamente divididos. Desta forma, os favos são alargados horizontalmente, permitindo maior área de armazenamento de mel.
A diminuição de dois favos por cada carcaça de sobre caixa faz com que a cada conjunto de quatro sobre caixas, seja montada uma quinta sobre caixa de oito quadros. A economia relacionada à cera, mão de obra para preparar o material e mão de obra na colheita, desoperculação e centrifugação, e o incremento na produtividade justificam plenamente o investimento nos espaçadores automáticos de quadros.
Além disso, o uso de favos mais largos nas sobre caixas acima da câmara de cria, diminui as chances da rainha subir a esses favos e realizar postura. Pelo fato dos quadros permanecerem fixados dentro de um espaço delimitado, não há chance dos favos com mel se esbarrarem durante o transporte para o processamento, mantendo assim, sua integridade.
Os espaçadores podem ser adquiridos na associação de apicultores de Fraiburgo.


O FORMÃO NA APICULTURA

Tenho trabalhado intensamente com apicultores no Estado de Santa Catarina, nas diferentes regiões e com grupos diferentes entre si; desde apicultores amadores até profissionais. Os treinamentos que realizo nas diversas etapas, desde apicultura básica até reciclagem avançada são ministrados quase que exclusivamente ao nível de campo, pois é ali que o produtor consegue observar e realizar os manejos necessários à melhoria do sistema produtivo. Nestas idas a campo, tenho observado as ferramentas utilizadas pelos produtores para abrirem colméias, que vão desde chaves de fenda até, acreditem, facões. Ferramentas totalmente impróprias ao manuseio e ao trabalho dentro das colméias. Mesmo formões próprios para a atividade, fazem com que o apicultor tenha que segurar os favos com a mão, o que em certos momentos ocupa as duas mãos, impedindo qualquer realização de tarefa simultânea.
Formões para apicultura devem conter no mesmo aparelho o formão e o sacador de quadros. A parte do formão é utilizada para abrir tampas, separar quadros e raspar própolis.
A parte do sacador de quadros funciona para retirar tampas, quadros e sobre caixas, assim como, a devolução dos mesmos sem uso das mãos no contato direto com os materiais.
Alguns aspectos chamam a atenção sobre um destes formões, produzido por Sanderlei Pereira da empresa SAMEL, localizada em Candelária-RS:

-O formão é todo em aço inoxidável (306), que o fabricante prescreve garantia (menos contra perda no campo e roubo).
-O sacador de quadros possui ranhuras que prendem firmemente o material a ser manejado.
- No corpo do formão há pequena fenda para retirada de pregos e grampos.
-O design e a anatomia do formão na mão do apicultor proporciona conforto e principalmente a transferência da força no momento de fechar a mão para as garras do sacador de quadros, podendo o apicultor colher até um sobre ninho inteiro com mel (com oito quadros = ± 29Kg) com uma única mão.
-O apicultor que maneja as colméias sempre está com uma mão livre para executar manejo simultâneo (inclusive segurar e utilizar o fumigador, se estiver trabalhando sozinho).
-O tempo gasto com o trabalho é menor do que trabalhar com ferramenta mais simples e utilizando as duas mãos para retirar e recolocar material.
- Este é um investimento que cabe no bolso do pequeno e médio produtor, pois é para toda vida.
A aquisição da ferramenta pode ser feita diretamente com o fabricante pelo telefone: 0 xx 51 3743-1588

sexta-feira, 23 de março de 2007

Previsão climática para municípios da grande Florianópolis no período de 24/03 a 28/03/2007



















A CONSERVAÇÃO DE CALOR EM COLMÉIAS DE ABELHAS AFRICANIZADAS E SEU DESENVOLVIMENTO NO INICIO DA PRIMAVERA
James Arruda Salomé. Perito Apícola. MSc.
E-mail: arrudasalome@gmail.com
Telefone: 48 8407 8677

Uma das grandes preocupações do setor produtivo diz respeito ao potencial de arranque das colméias em seu crescimento, após o inverno, e no inicio do ciclo de fluxo de néctar e pólen primaveril. Este potencial de crescimento dos enxames após o inverno vai determinar a quantidade de abelhas a serem criadas para a nova temporada, e que de seu sucesso, vai depender a colheita, junto com fatores internos nas colméias como manejos, rainhas e de fatores externos como qualidade e quantidade de floração e o clima.
Em regiões com clima que apresenta estações marcantes, como inverno com frio característico e grande amplitude térmica, é importante propiciar as colméias de abelhas africanizadas o espaço necessário à boa conservação de calor, afim de que os enxames não esgotem suas reservas de material energético antes de terminar este período crítico.
As abelhas desenvolveram estratégias que permitem sobreviverem a esta estação desfavorável, que é o inverno. Para controlar a temperatura interna do ninho, as abelhas se amontoam formando um aglomerado em forma de bola. O enxame assim amontoado tem controle de sua temperatura, independente da temperatura ambiental. Durante a temporada de maior atividade, as abelhas formam um aglomerado ao redor da área de cria e tem capacidade em regular sua temperatura e umidade. À medida que a temperatura vai baixando, este aglomerado torna-se mais definido. Para que este aglomerado de abelhas se torne definido, a temperatura externa deve ser de aproximadamente de 14°C. A partir desta temperatura, as abelhas que estão no centro do aglomerado geram calor através do consumo de mel, irradiando este calor através do corpo para a parte mais externa do aglomerado, onde estão as abelhas que servem como isolante térmico.
Desta forma, a temperatura dentro do aglomerado fica ao redor de 34°C, necessária para a manutenção das funções vitais das abelhas. É possível constatar este fenômeno na prática, abrindo uma colméia no inverno e colocando a mão sobre o local do aglomerado de abelhas, notar-se-á que a diferença de temperatura ambiental e sobre o aglomerado é grande. Por isto que abelhas africanizadas instaladas em colméias Langstroth, utilizam apenas oito dos dez quadros do ninho para a geração de cria, pois os dois últimos quadros das laterais externas são regiões frias da colméia, não permitindo a criação de abelhas. Somente em regiões quentes, como no nordeste do País, entre outras, é possível encontrarmos os dez quadros de ninho ocupados com cria.
Esta observação sobre necessidade de calor das abelhas está diretamente relacionada com o tamanho do enxame, reservas de alimentos de natureza energética e a proporção do espaço nas colméias, determinado pelo apicultor durante os períodos mais frios do ano.
É comum observarmos os apicultores deixando durante o período crítico de inverno as sobre caixas vazias sobre os ninhos, e que não são ocupadas pelas abelhas, pois em baixas temperaturas o aglomerado se torna definido e geralmente se encontra na câmara de cria, próximo das reservas de alimentos.
Este espaço adicional (não necessário) muitas vezes acaba por prejudicar a passagem do enxame pelos períodos críticos de inverno, pois há necessidade em consumir grandes quantidades de mel para manter a temperatura adequada do ninho em dias frios e que por muitas vezes este alimento armazenado termina antes de iniciar novo ciclo de floração e aumento de temperatura.
Este fator tem sido decisivo para o atraso do crescimento dos enxames no inicio da primavera. Assim como, a colocação de material sobressalente desnecessário no inicio do crescimento dos enxames na primavera, faz com que ocorra dificuldade por parte das abelhas em manter a temperatura necessária para a geração de cria, trazendo como conseqüência estagnação no crescimento da população de abelhas.
Para que os enxames passem os períodos críticos em bom estado e que ocorra crescimento rápido no inicio da primavera é importante suprir somente o espaço necessário que as abelhas possam utilizar momentaneamente. Compreendemos as dificuldades em retirar sobre caixas durante a entre safra, conserva-las em depósitos de material apícola sem o ataque de traças e depois devolve-las na hora certa, a fim de evitar enxameação, quando inicia o novo ciclo de floração. Também sabemos a dificuldade em conduzir o crescimento dos enxames no inicio da primavera, propiciando somente o espaço necessário naquele momento. Estas operações são custosas, denotando grande força de mão de obra e operações repetidas, principalmente em apicultura com muitas colméias em produção.
A entre tampa é peça de fundamental importância em apicultura, principalmente nas regiões do sul do Brasil, onde a estação fria é marcante. Este material confeccionado em compensado com furo central e moldura em madeira para propiciar o espaço – abelha (figura 1), quando disposto acima do ninho em que as abelhas estão ocupando, propicia a permanência das sobre caixas sobre as colméias em períodos de entre safra, evitando a retirada das mesmas; pois; as abelhas passando pelo furo conseguem manter limpos os favos contra a traça da cera sem perder o calor necessário para o aquecimento do enxame, nas temperaturas amenas de inverno. Quando o frio aumenta, as abelhas utilizam o corpo para isolar o furo central da entre tampa, fazendo com que o calor gerado na câmara de cria permaneça neste ambiente. Se ocorrer antecipação das floradas no inicio da primavera, as abelhas passam pelo furo da entre tampa e começam a depositar as cargas de néctar nos favos das sobre caixas, sem qualquer prejuízo ao desenvolvimento de seu trabalho normal, e de falta de espaço, evitando desta forma a enxameação no inicio da temporada. Quando ocorrerem as primeiras revisões de primavera, o apicultor troca a entre tampa de posição, dispondo-a abaixo da tampa e abrindo todo o espaço necessário à continuidade das atividades das abelhas. Os serviços relacionados à retirada de sobre caixas em períodos de escassez de alimentos e/ou frio, transporte destas aos depósitos de material apícola, controle de traça da cera, reposição do material no inicio da temporada e perdas de abelhas por enxameação por congestionamento dos ninhos correspondem à cerca de 35% de todos os custos referentes à atividade apícola. Por isso, o uso desta peça nas colméias em apicultura racional e produtiva se faz necessária.
Alem de propiciar a permanência das sobre caixas durante períodos de frio, a entre tampa possibilita a abertura da área de trabalho para as abelhas de acordo com suas necessidades momentâneas, fazendo com que se possa ir subindo a entre tampa gradativamente acima das sobre caixas que vão sendo ocupadas, até posicioná-la abaixo da tampa.
Aliado a outros fatores, o aquecimento necessário dos ninhos no inicio da floração determina o arranque de crescimento das colméias que se encontram na produção, progredindo rapidamente quando as abelhas conseguem manter temperaturas ideais para geração de cria, e progredindo com menor intensidade quando não conseguem manter esta temperatura ideal para criar abelhas por causa de excesso de material sobressalente.
Além disto, atualmente, já está sendo levado à linha de produção para fabricação em escala comercial no Brasil o escape abelha para facilitar o trabalho de colheita de mel das sobre caixas. Esta peça composta de duas partes se encaixa perfeitamente no furo da entre tampa, e que quando colocada 24 horas antes da colheita, propicia a descida das abelhas das sobre caixas para os ninhos, impedindo seu retorno, esvaziando totalmente em abelhas as câmaras superiores do conjunto, onde está o mel. A utilização deste material durante os períodos de colheita de mel traz maior conforto e rapidez ao trabalho, sendo que as sobre caixas são retiradas de uma única vez sem utilização de fumaça, e sem sacudir os favos individualmente para excluir as abelhas aderentes. Seu uso em conjunto com a tela de transporte de alvado colocada no momento da colheita, dispensa fumigador, assim como, macacões e mascaras durante a retirada do mel, mesmo com abelhas africanizadas agressivas, pois as mesmas estão bloqueadas no interior dos ninhos.